Estar em grupo, cantar, desenvolver trabalhos manuais, fazer passeios ao ar livre, visitar exposições de arte. Atividades como essas fazem parte de uma perspectiva humanizada de tratamento de pacientes com transtornos psíquicos. Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são os principais fomentadores dessas práticas, que são fundamentais no processo de inclusão social dessas pessoas.
De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, esses mecanismos terapêuticos possibilitam ao paciente descobrir novas potencialidades e possibilidades, reafirmam seu compromisso com suas atividades diárias e viabilizam o resgate de sua autoestima.
Cura
De acordo com Glauco, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 3% da população geral brasileira sofrem com transtornos mentais graves e persistentes, 6% apresentam transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas e 12% necessitam de algum atendimento, seja contínuo ou eventual.
Segundo ele, o índice de utilização dos serviços de saúde ainda é baixo no país, está em torno de 13%. Maristela Coelho diz que a maioria das pessoas que sofrem de algum transtorno mental não busca atendimento em saúde mental por diversos motivos, entre eles o estigma, o desconhecimento da doença, o preconceito e o medo.
Conforme explica Glauco, falar em cura de transtornos psíquicos graves é uma questão polêmica porque, segundo ela, ainda não existe um indicativo de que isso seja possível. Mas ela ressalta que as doenças mentais podem ser tratadas e os pacientes podem sim ter qualidade de vida.