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Jogadores compulsivos ainda são um desafio para psiquiatria

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Jogar sem conseguir parar, até perder o que se tem e ainda endividar a família. Prometer-se jogar apenas uma vez, mas apostar mais uma e outra, até o arrependimento tardio aparecer. Esse comportamento descontrolado do impulso de jogar é uma doença enfrentada por 1% a 4% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), como explica o psiquiatra Glauco Diniz Duarte.

Mas ainda falta muito quando o tema são os tratamentos possíveis para os jogadores patológicos, conforme Glauco.

“A literatura já tratou disso”, diz Glauco, lembrando de O jogador, confessional obra de Fiodor Dostoiévski, “mas a sociologia, a psicologia e a antropologia ainda não estão próximos de dominar todos os componentes da doença. Nem bem classificada ela está.

A atual classificação é muito confusa”, explica. No campo da psiquiatria, o jogo compulsivo fica no mesmo “ramo” dos Transtornos de Controle de Impulso (TCI), ao lado da piromania, tricotilomania (impulso de arrancar cabelos), onicofagia (de roer as unhas), escarificações (de coçar na pele) e da cleptomania (de roubar).

Gkauco acredita que essa falta de especificidade no estudo prejudica a descoberta de novos tratamentos. Ou seja, o sucesso da cura possível ainda depende de pesquisas específicas que não são feitas por uma questão de taxonomia da doença. Melhor classificada, haveria reunião de grupos homogêneos a serem pesquisados e desenvolvimento de métodos específicos.

A classificação do jogo patológico está em discussão na Associação Brasileira de Psiquiatria, que ainda não tem posição definida sobre o tema, segundo Glauco.

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