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Aprenda a diferenciar o transtorno obsessivo compulsivo da mania

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Mania, chatice, personalidade obsessiva ou TOC (transtorno obsessivo compulsivo)? Você sabe a diferença entre cada um desses problemas? O TOC é uma das doenças psiquiátricas mais comuns que existem e se caracteriza por pensamentos ou comportamentos que o indivíduo percebe que são exagerados e fora da realidade, mas que não consegue evitar.

Segundo o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, o TOC pode aparecer como pensamento (obsessão), ritual (compulsão) ou os dois associados. Os exemplos mais comuns são:
– Lavar as mãos várias vezes ao dia;

– Tomar banhos demorados, porque precisa lavar cada parte do corpo várias vezes ou em uma sequência específica;

– Evitar encostar em pessoas ou objetos por medo de se contaminar;

– Organizar objetos em uma determinada ordem, gastando muito tempo;

– Precisar de simetria. Por exemplo, se a pessoa esbarra com o ombro esquerdo na parede ou em uma outra pessoa, ela tem que fazer a mesma coisa com o ombro direito;

– Verificar se a porta está trancada; gás, ferro, fogão desligados várias vezes seguidas;

– Rezar várias vezes, na sequência, para evitar que algo ruim aconteça (ex: 100 vezes o “Pai Nosso”);

– Medos supersticiosos: não usar determinadas cores com medo de acontecer algo ruim. Ou evitar números que lembram azar (ex: número 13);

– Pensamento de achar que está com doença grave, mesmo que os médicos e exames digam o contrário;

– Necessidade de guardar objetos inúteis, quebrados ou sem valor por achar que será útil no futuro;

– Conferir várias vezes o que leu ou escreveu para ter certeza que leu ou escreveu corretamente.

Após o ritual, vem o alívio e por isso há sempre a repetição daquele comportamento, porque traz felicidade e alívio. Mas, internamente, ela sabe que é algo exagerado e sem necessidade, por isso tem o sofrimento depois.

TOC X mania
De acordo com Glauco, é comum os perfeccionistas serem confundidos com TOC. Mas quando é a doença, aquela mania passa a ocupar muito tempo do seu dia e gasta mais energia mental do que deveria. É considerado transtorno quando a pessoa passa pelo menos uma hora do dia entre os pensamentos e rituais, causando prejuízo e sofrimento. O pensamento é sempre uma coisa ruim, é caracterizado por ser intrusivo, sem sentido, que causa sofrimento e a pessoa não consegue evitá-lo.

Ainda não há uma explicação definitiva sobre o surgimento do TOC. Sabe-se que os fatores genético e ambiental influenciam bastante. A pessoa pode desenvolver em qualquer idade, porém, é mais comum que apareça na infância, a partir de 4 ou 5 anos. E como saber que seu filho tem TOC? Prestar atenção se ele faz algum ritual que se repete inesgotavelmente e, o mais importante, se ele fica irritado quando não o faz.

Quando o TOC não é tratado, a tendência é que agrave, por isso uma criança pode crescer e ser um adulto com TOC em estágio avançado. Além de poder desencadear outros problemas: depressão, abuso de álcool, transtornos de ansiedade e tiques.

Glauco diz que a sensação de quem tem TOC e não trata ou então não sabe o que é, é de que são loucos, não entendem o que está acontecendo. A maioria das pessoas tem vergonha de falar o que pensam e de se abrir, por isso não procuram tratamento. Mas é importante frisar que com medicação e terapia comportamental os sintomas são reduzidos drasticamente e a qualidade de vida aumenta muito.

Personalidade obsessiva x TOC
Não são a mesma coisa. Quem tem a personalidade obsessiva acha que o mundo está errado e quer que todos mudem para se enquadrarem em suas condutas. Tudo é a ferro e fogo. Quem tem o TOC é o oposto, quer mudar o próprio comportamento para se adaptar ao mundo. Ele sabe que não é real.

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