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Psiquiatria: diagnóstico errado atrasa tratamento

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

A existência do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) não é novidade. E o comportamento de crianças com o mal também é conhecido. Mas o psiquiatra Glauco Diniz Duarte alerta que nem todos os pequenos ‘diagnosticados’ têm realmente TDAH.

De acordo com Glauco, desatenção, hiperatividade e impulsividade podem estar presentes também em depressão, ansiedade, doenças neurológicas, Transtorno do Espectro Autista, retardo mental, Transtorno do Humor Bipolar e dislexia.

Glauco Diniz alerta que cabe ao psiquiatra fazer a diferenciação. Por exemplo, crianças com dislexia podem ter falta de atenção pela dificuldade em interpretar o que leem. No TDAH, diz, atividades de leitura não se alteram enquanto houver possibilidade de manter a atenção. “Na dislexia, a criança não precisa de remédio, mas de um fonoaudiólogo”, explica Glauco.

Ainda segundo Glauco, crianças autistas têm dificuldade em lidar com mudanças e, por isso, podem ter irritabilidade. No TDAH, a impulsividade se dá pela dificuldade de autocontrole, que leva a comportamentos irritáveis.

Em alguns casos, falta de atenção pode ser depressão. “A criança deprimida não tem interesse nem para brincar, por isso fica dispersa na aula”, explica.

Segundo Glauco, o maior dano do erro no diagnóstico não é a medicação desnecessária, mas o tratamento que será errado e adiado. “Criança com autismo não tratada pode ter problema de sociabilização. Na dislexia sem tratamento, o risco de evasão escolar é maior”, afirma Glauco Diniz Duarte.

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